Túnel número 2
Este é o famoso "Túnel número 2," com uma extensão de 170 metros, cuja construção foi finalizada em 1926. Este túnel é parte integrante da histórica estrada de ferro do Paranapanema, que desempenhou um papel crucial na conexão entre Jaguariaíva e Marques dos Reis, situada na divisa com o estado de São Paulo. Inaugurado durante a década de 1920, esse ramal ferroviário foi meticulosamente planejado para facilitar o transporte da vasta produção de café que permeava a região na época.
A relevância desse túnel vai além de sua função estrutural, representando um testemunho arquitetônico do desenvolvimento ferroviário do Brasil. Sua construção, há mais de um século, reflete não apenas a engenhosidade técnica da época, mas também a importância econômica do cultivo e transporte de café na região do Paranapanema.
A estrada de ferro do Paranapanema desempenhou um papel vital na movimentação de mercadorias e passageiros até o ano de 2001, quando, lamentavelmente, foi completamente desativada. O trecho abandonado está localizado entre as cidades de Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, testemunhando o declínio gradual de uma era ferroviária que moldou a paisagem e a economia local. Hoje, o "Túnel número 2" permanece como um monumento histórico, lembrando-nos da rica herança ferroviária do Paranapanema e do legado deixado por essa importante via de transporte, que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico e cultural da região.
CAMPO DE SÃO CRISTÓVÃO
O Campo de São Cristóvão, inaugurado em 11 de novembro de 1906, possui uma história intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do bairro. Inicialmente, o local era um rossio utilizado por viajantes e tropeiros nas transações comerciais com o sertão, o interior. Ao longo do Século XIX, essa região testemunhou a realização de feiras de gado e exercícios dos batalhões da rua Guarda da Quinta, posteriormente rebatizada como Bela de São João. À medida que o Século XX se desdobrava, o Campo de São Cristóvão experimentou transformações significativas. A área foi ampliada por meio de aterros, e o local passou a abrigar barracas de diversão pública e mercados. Essa mudança foi impulsionada pelas facilidades proporcionadas pelo cais da igrejinha para a chegada de mercadorias, pela rua São Luiz Gonzaga para o acesso dos cultivadores do interior e pela estrada de Ferro Rio Douro, que tinha seu ponto de partida no próprio bairro. O ano de 1906 marca não apenas a inauguração do Campo, mas também o início de uma nova fase em sua história. Pereira Passos incluiu o Campo de São Cristóvão em seu programa de reformas, atendendo às queixas dos moradores quanto à limpeza e iluminação locais. Essas intervenções contribuíram para transformar o espaço, tornando-o mais adequado para atividades públicas e eventos. Ao longo das décadas seguintes, o Campo de São Cristóvão tornou-se um ponto de encontro e lazer popular. Entretanto, nas últimas décadas da primeira metade do século passado, o parque assumiu um novo papel como ponto final para os caminhões que vinham do Nordeste, adicionando um elemento de mobilidade e interconexão regional à sua história multifacetada. Hoje, o Campo de São Cristóvão permanece como um testemunho vivo do passado do Rio de Janeiro, um local onde a história, cultura e desenvolvimento se entrelaçam de maneira única, continuando a desempenhar um papel central na identidade e na memória da cidade.
PRAÇA PARIS
A Praça Paris celebra seus 90 anos como um autêntico pedaço da França no coração do Rio de Janeiro.
Este espaço encantador, concebido pelo renomado arquiteto francês Alfred Agache (1875-1959), é uma verdadeira ode aos jardins do Palácio de Versalhes, destacando-se como um refúgio de elegância e charme em meio à agitação da cidade.
Alfred Agache, visionário e influente arquiteto urbanista, trouxe para o Rio de Janeiro um toque francês que transcende o tempo. A Praça Paris, inaugurada há nove décadas, é um testemunho duradouro da habilidade de Agache em unir estilos arquitetônicos e elementos paisagísticos de maneira única. Cada detalhe, desde a disposição dos canteiros até os ornamentos, reflete a sofisticação característica dos jardins que inspiraram sua criação.
Ao longo das décadas, a Praça Paris tornou-se mais do que um espaço público; é um símbolo da rica influência cultural francesa na história carioca. Seus gramados bem cuidados e seus bancos convidativos oferecem aos visitantes um respiro tranquilo e, ao mesmo tempo, um portal para a elegância europeia que inspirou seu design.
Além disso, a Praça Paris é palco de diversos eventos culturais, ressaltando sua versatilidade e importância na vida da cidade. Festivais, exposições e apresentações artísticas frequentemente encontram neste local um cenário propício, conectando as tradições francesas à efervescência cultural carioca.
Assim, ao completar nove décadas, a Praça Paris não apenas celebra sua longa trajetória, mas também permanece como um legado vivo da visão de Agache e do intercâmbio cultural que enriquece o tecido urbano do Rio de Janeiro. Este pequeno recanto de charme francês continua a cativar os moradores e visitantes, reafirmando sua posição como um ícone atemporal na paisagem carioca.
INSTITUTO MOREIRA SALLES
A exposição intitulada "O Paço, a Praça e o Morro," promovida pelo Instituto Moreira Salles, apresenta um acervo de 200 imagens meticulosamente selecionadas, capturadas por renomados mestres da fotografia brasileira, tais como Marc Ferrez, Augusto Malta, Georges Leuzinger, Guilherme Santos, além de contribuições valiosas de fotógrafos anônimos e amadores. Essas imagens proporcionam um fascinante vislumbre do centro da cidade do Rio de Janeiro durante o período abrangido entre os anos de 1860 e 1930, marcado pela transição do Rio de Janeiro de capital do Império para capital da República.
A riqueza histórica da exposição vai além das fotografias notáveis; ela é um mergulho profundo na evolução urbana e cultural do Rio de Janeiro durante um período crucial de sua história. As lentes habilidosas desses fotógrafos renomados e anônimos capturaram não apenas a estética arquitetônica da época, mas também os aspectos sociais, econômicos e políticos que moldaram o cotidiano da cidade.
Marc Ferrez, figura proeminente na fotografia brasileira, com suas imagens icônicas, transporta os visitantes para os recantos menos explorados do Rio de Janeiro do século XIX. As fotografias de Augusto Malta, por sua vez, oferecem um olhar inigualável sobre o cenário urbano durante a transição para a República, enquanto Georges Leuzinger e Guilherme Santos complementam a narrativa visual, proporcionando uma visão abrangente e multifacetada.
Além de ser uma homenagem à maestria fotográfica, a exposição também atua como um arquivo visual da transformação da cidade ao longo de décadas cruciais. O Instituto Moreira Salles, ao reunir essa coleção impressionante, não apenas preserva a memória visual do Rio de Janeiro, mas também proporciona aos espectadores uma oportunidade única de refletir sobre a rica herança cultural e histórica da cidade maravilhosa. Ao explorar "O Paço, a Praça e o Morro," os visitantes são convidados a embarcar em uma jornada visual cativante pelos meandros do passado, enriquecendo sua compreensão da complexa tapeçaria que compõe a identidade carioca.
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