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Desenvolvedores apresentam jogo anti sequelas da Covid.

Desenvolvedores apresentam jogo antissequelas da Covid

Redação Digitais Publicado em 7 de maio de 2021


Julian e Vinicius Yokomizo explicam que game foi criado para avaliação cognitiva.


Julian (acima) e Vinicius narram trajetória da criação do MentalPlus, jogo para reabilitação em sequelas da Covid-19 (Imagem: YouTube)

Por: Laura Peternela


Em palestra online promovida nesta quinta-feira (6), no “Big Festival 2021” – festival de jogos indie da América Latina –, Julian Yokomizo Pires e Vinicius Yokomizo Pires, diretores de arte da Izotonic Studios, apresentaram a versão mais recente de um jogo digital voltado à identificação e reabilitação de sequelas neurológicas em pacientes recuperados da Covid-19.


O game MentalPlus, ainda em fase de testes, segundo informaram, é o primeiro jogo independente brasileiro já homologado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com esta finalidade.


O jogo, em sua primeira versão, foi desenvolvido antes da Covid-19, no ano de inauguração da Izotonic Studios, em 2012, com intuito de atuar na reabilitação de funções cognitivas de pessoas de 8 a 80 anos. A primeira pesquisa foi realizada em 2013, utilizando a ferramenta em idosos pós-cirúrgicos, nos quais o game conseguiu identificar a queda cognitiva nos pacientes submetidos a anestesia geral e reabilitar as funções afetadas.


“A gente começou desenvolvendo jogos individuais que trabalhassem mecânicas com memória e outras funções executivas, coisas que não sabíamos na teoria o que eram. No nosso primeiro ano tivemos a possibilidade de encontrar um objetivo para esses games”, disse Vinicius, cofundador da empresa, com formação em marketing.


Foi com a Covid-19 que a dupla viu a possibilidade inédita de criar uma terceira versão e utilizar o aplicativo, por se tratar de uma doença que afeta o aparelho respiratório e, consequentemente, a oxigenação do cérebro. Conforme disseram, qualquer diminuição no fluxo de oxigênio afeta a parte cognitiva, campo no qual identificaram a possibilidade de reabilitar pacientes que tiveram a doença.


Os estudos utilizando o jogo, em pessoas que tiveram Covid, seguem em andamento em parceria com o InCor (Instituto do Coração), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com uma equipe de pesquisadores com andados pela neuropsicóloga Lívia Stocco Sanches Valentin. Segundo Vinicius, através do aplicativo, foi identificado que, entre 600 pacientes recuperados, 8 em cada 10 desenvolveram sequelas cognitivas, que incluem percepção visual afetada e problemas de memória de curto e longo prazos.


A dupla apontou que, de acordo, com a neuropsicóloga que atua no projeto, essas são funções básicas e essenciais na vida diária. “Outro dado importante é que mesmo quem teve Covid e ficou assintomático também está sujeito a essa perda cognitiva ou outro tipo de sequela neurológica, algo para o que precisamos ficar muito atentos”, reforçou Julian, designer, ilustrador e fotógrafo na empresa fundada em parceria com Vinícius.


O MentalPlus possui doze temas em fases randomizadas, ou seja, que ocorrem por sorteio. Os testes são feitos em 25 minutos, de forma digital, quando os resultados são transformados em gráficos estatísticos para ajudar na avaliação dos profissionais de saúde.

“A gente avalia uma variedade de funções cognitivas: a memória de curto prazo, memória de longo prazo, atenção seletiva, atenção alternada, linguagem, função executiva e viso-percepção”, descreveu Vinicius.


Com a pandemia o projeto precisou ser adequado, sendo necessário um “redesign” para a forma digital e remota, já que o aplicativo – que é voltado para clínicas – era focado no atendimento presencial, no caso, com acompanhamento do profissional.

Segundo a dupla, atualmente o “app” é híbrido, pois os atendimentos podem ser feitos tanto de forma totalmente remota, quanto, em alguns casos, presencial, permitindo o controle dos dados que chegam de maneira segura, já que a nova versão foi estruturada a partir da plataforma do Google para criação de aplicativos, a “Firebase”.


Os desenvolvedores informaram que pretendem produzir novas soluções para a área da saúde, como tratamentos e aplicações relacionados a outras patologias. Pretendem, além de conseguir avaliar questões cognitivas com pacientes que possuem dificuldade motora, continuar com outros projetos em que estão envolvidos, como na área da educação, com crianças que têm dificuldade de aprendizado.


O aplicativo “MentalPlus” ainda não pode ser adquirido, nem comprado, por estar em fase de pesquisas, podendo ser utilizado apenas por pacientes voluntários.


Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

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